postheadericon TEOLOGIA Bíblica e CRISTOLOGIA


A SUBLIME MENSAGEM DO NATAL
Festividade do Natal. Comemorar ou não?

Texto Base: Isaías 9.1-6

1 Mas para a terra que estava aflita não continuará a obscuridade. Deus, nos primeiros tempos, tornou desprezível a terra de Zebulom e a terra de Naftali; mas, nos últimos, tornará glorioso o caminho do mar, além do Jordão, Galiléia dos gentios.
2 O povo que andava em trevas viu grande luz, e aos que viviam na região da sombra da morte, resplandeceu-lhes a luz.
 3 Tens multiplicado este povo, a alegria lhe aumentaste; alegram-se eles diante de ti, como se alegram na ceifa e como exultam quando repartem os despojos.
4 Porque tu quebraste o jugo que pesava sobre eles, a vara que lhes feria os ombros e o cetro do seu opressor, como no dia dos midianitas;
5 porque toda bota com que anda o guerreiro no tumulto da batalha e toda veste revolvida em sangue serão queimadas, servirão de pasto ao fogo.
6 Porque um menino nos nasceu, um filho se nos deu; o governo está sobre os seus ombros; e o seu nome será: Maravilhoso Conselheiro, Deus Forte, Pai da Eternidade, Príncipe da Paz;
          Queridos, finalmente chegou o Natal.
Uma importante pergunta paira na mente de muitos cristãos fiéis: Festividade do Natal. Comemorar ou não?
Por isso, quero compartilhar esta mensagem de Deus ao seu coração. Uma mensagem que tem por título: A Sublime mensagem do Natal.
          Gostaria de me preocupar nesta mensagem, em trazer ao coração dos irmãos e irmãs a essência genuína do Natal; a sublime mensagem do Natal, cuja mensagem nenhum de nós podemos nos esquecer.
A ênfase desta mensagem não está no pano de fundo histórico, que aponta para uma festa de origem pagã, cuja celebração de nossos dias, está de certa forma distanciada de suas raízes pagãs.
Celebrar o Natal é celebrar a encarnação.  Celebrar o Natal é entender que Deus soletrou à si mesmo numa linguagem que o ser humano possa entender”. É entender que por amor aos eleitos Ele se tornou um de nós.   “E o verbo se fez carne e habitou entre nós, cheio de graça e de verdade” (João 1.14a).
Onde Jesus está o aflito encontra consolo, o perdido acha o caminho, o escorraçado levanta-se com dignidade e a Galiléia que jazia em trevas encontra a mais fulgurante luz!
É natal! E daí? Alguém pode perguntar. “Um natal a mais, um natal a menos, que diferença isto faz? Não existe mais o verdadeiro sentido do natal”, pode alguém comentar. Devemos ou não celebrar o natal?
O desafio para nós que cremos em Deus é resgatar o verdadeiro propósito do natal.
É resgatar para os dias atuais, a verdadeira motivação que levou Deus a irromper na história da humanidade, para mudá-la, para transformá-la, dando a ela uma esperança concreta de salvação e redenção.
O que firma a nossa convicção é a Palavra de Deus e nela aprendemos que a questão das origens não determina a propriedade, ou não, de uma coisa ou situação, mas sim a atitude de fé do utilizante. Isso pode ser extraído de um estudo de I Coríntios 8.1-13; ou examinando como os artefatos e itens preciosos, surrupiados pelos Israelitas dos Egípcios (imediatamente antes do Êxodo), muitos dos quais com certeza utilizados em cultos e festividades pagãs, foram utilizados em consagração total (e sem restrições) no Tabernáculo (Êx 35 a 39). Das Escrituras, podemos inferir, possivelmente, que Jesus participou de celebrações de festividades que não procediam das determinações explícitas da Lei Mosaica, mas que refletiam ocorrências históricas importantes na história do Povo de Deus – como as festas de Purim[6] e Hanucah[7] – deixando implícita a propriedade dessas celebrações, como algo que, provém “de fé”, não sendo, portanto, pecado. Romanos 14 e 15 trazem considerações sobre tais questões, demonstrando a necessidade da consciência pura, ao lado da preocupação com os irmãos na fé, para que procuremos “as coisas que servem para a paz e as que contribuem para a edificação mútua”. É lá igualmente que lemos (14.5): “Um faz diferença entre dia e dia, mas outro julga iguais todos os dias; cada um esteja inteiramente convicto em sua própria mente”. Se Deus decidiu não disciplinar condenatoriamente a questão, não o façamos nós.
          Há alguns anos foi publicado um curioso cartão de Natal, com os dizeres:

"Se Cristo não tivesse nascido."

Um pastor adormeceu em seu escritório numa manhã de Natal e sonhou com um mundo para o qual Jesus nunca tinha vindo. Em seu sonho, viu-se andando pela casa: mas lá não havia presentes, nem árvore de Natal, nem guirlandas enfeitadas; e não havia Cristo para confortar, alegrar e salvar.
Andou pelas ruas, mas não havia igrejas com suas torres agudas apontando para o Céu. Voltou para casa e sentou-se na biblioteca, mas todos os livros sobre o Salvador tinham desaparecido.
Alguém bateu-lhe à porta, e um mensageiro pediu-lhe que fosse visitar sua pobre mãe à morte. Ele apressou-se a acompanhar o filho choroso; chegou àquela casa e disse:  "Eu tenho aqui alguma coisa que a confortará". Abriu a Bíblia, procurando alguma promessa bem conhecida, mas viu que ela terminava em Malaquias. E não havia evangelho, nem promessa de esperança. E ele só pode abaixar a cabeça e chorar com a enferma, em angústia e desespero.
Não muito depois, estava ao lado de seu esquife, dirigindo o ofício fúnebre, mas não havia mensagem de consolação, nem palavra de ressurreição gloriosa, nem céu aberto; mas somente "cinza a cinza e pó ao pó" e um longo e eterno adeus.
          O pastor percebeu, afinal, que "ELE não tinha vindo". E rompeu em lágrimas e amargo pranto, em seu triste sonho. De repente, acordou ao som de um acorde. E um grande brado de júbilo saiu-lhe dos lábios, ao ouvir, em sua igreja ao lado, o coro a cantar:

"Ó vinde, fiéis, triunfantes, alegres,
 Sim, vinde a Belém, já movidos de amor.
Nasceu vosso Rei, o Cristo prometido!
Oh, vinde, adoremos ao nosso Senhor!"

   Regozijemo-nos e alegremo-nos hoje, porque "ELE VEIO"! 
          Aleluia!  Cristo é o motivo da nossa festa! Cristo é o motivo da nossa alegria! Cristo é o Sentido do Natal.
          O Natal está chegou. As ruas e muitas casas estão decoradas. As famílias programam grandes encontros. As igrejas realizam programas especiais. É a celebração do nascimento do Filho de Deus! Mas quem é o Jesus do Natal? Quais são as glórias do seu caráter? Quais são as características de suas poderosas obras?

QUEM JESUS É? (v.6)

I – ELE É O MARAVILHOSO CONSELHEIRO

          Jesus é o maravilhoso conselheiro porque ele conhece todas as coisas. Ele pode todas as coisas. Seu amor é inescedível, sua bondade é infinita e sua misericórdia dura para sempre. Ele não apenas aponta a verdade, ele é a verdade. Ele não somente orienta, ele é o caminho. Ele não somente traz consolo, ele é a paz. Ele não somente anima os desanimados, ele é a esperança. Ele não somente guia os cansados pelos caminhos da vida, ele é a vida.

II – ELE É O DEUS FORTE

 Jesus não é uma divindade tribal. Ele não é um deus morto que precisa ser carregado nos ombros de seus adoradores. Ele é o Deus criador, sustentador, interventor, salvador e juiz. Ele venceu o mundo, o pecado, o diabo e a morte. Ele voltará em glória para buscar o seu povo e julgar as nações.
          O professor e teólogo Luiz Wesley diz que Natal tem a ver com a própria personagem da auto-soletração de Deus a nós: Jesus Cristo (João 14.9). Ele é Deus com face humana tangível (II Coríntios 4.6), com jeito de falar — sem tradução e sem sotaque! — a língua da gente. É encarnação às últimas conseqüências (Filipenses 2.8), é identificação radical (Filipenses 2.6), é o Eu Sou que “colou”, que se aderiu à realidade humana (Filipenses 2.7). Encarnação é a maneira pela qual Deus dá um jeito de nascer na forma humana (João 1.14), numa verdadeira reentrada no mundo que já era Seu (João 1.11), mas sem se tornar ordinário (Isaías 53.9b, I Pedro 2.22).

III – ELE É O PAI DA ETERNIDADE

          Jesus é o alfa e o ômega. Ele não foi criado, ele é o criador. Seu trono é revestido de glória e majestade. Ele está entronizado acima dos querubins. Ele é co-igual, co-eterno e consubstancial com o Pai. Ele sempre existiu com o Pai, antes que houvesse mundo. Ele e o Pai são um.

IV – ELE É O PRÍNCIPE DA PAZ

          Nossa paz não é ausência de problemas, conflitos ou de guerras. Nossa paz é uma pessoa. Nossa paz é Jesus. Onde ele governa a paz é estabelecida.

O QUE JESUS FAZ

I – TRIUNFO DA GLÓRIA SOBRE A AFLIÇÃO v. 1

          A Galiléia era a terra de gente escrava, atrasada, pobre, espoliada, inculta, marginalizada, esquecida. Mas Jesus viveu na Galiléia, ensinou as multidões, curou os enfermos, libertou os cativos e restaurou a dignidade das pessoas. Onde Jesus chega, ele restaura o desvalido, ele ergue o caído, ele exalta o abatido. Maria cantou o MAGNIFICAT “O Senhor dispersou os que no coração alimentam pensamentos soberbos. Derrubou dos seus tronos os poderosos e exaltou os humildes.” Onde Jesus está o aflito encontra consolo, o perdido acha o caminho da vida, o escorraçado levanta-se com dignidade e a Galiléia que jazia em trevas encontra a luz mais fulgurante.

II – TRIUNFO DA LUZ SOBRE AS TREVAS v. 2

          Trevas falam de ignorância, cegueira, engano, mentira, perdição e miséria. Onde Jesus está ausente, aí prevalece o pecado, o vício, a escravidão e a cegueira espiritual. Porém, quando Jesus chega em uma vida raia a luz. No nascimento de Jesus houve luz em plena noite. Ele é o Sol da Justiça. Jesus é a verdadeira luz que veio ao mundo. Quem o segue não andará em trevas. Luz é conhecimento. Jesus veio para revelar o Pai. Ele é Deus feito carne. Ele é a exegese de Deus. Luz é pureza. Jesus é puro e o purificar. Luz é vida. Quando Jesus entra no coração de uma pessoa ele quebra o jugo da escravidão e estabelece a verdadeira liberdade.

III – TRIUNFO DA ALEGRIA SOBRE A TRISTEZA
v. 3

          Onde Jesus chega nasce a verdadeira alegria. O Natal foi anunciado como boa nova de grande alegria para todo o povo. Hoje, as pessoas vivem entrincheiradas pela tristeza. Elas têm diversão, mas não alegria. Elas promovem festas e banquetes, mas não experimentam alegria. Elas têm dinheiro, sucesso e fama, mas nada disso preenche o vazio do coração. Só Jesus oferece a alegria que satisfaz. Só na presença de Deus há alegria verdadeira. A alegria que Jesus dá é ultracircunstancial. Ela brota no meio das lágrimas, cresce no deserto da vida, frutifica na dor e se mantém firme mesmo diante da morte.

IV – TRIUNFO DA LIBERTAÇÃO SOBRE A OPRESSÃO v. 4

          O Jesus do Natal foi “ungido com o Espírito Santo para curar todos os oprimidos do diabo”. Ele veio pregando boas novas aos quebrantados, curando os quebrantados de coração e libertando os cativos. Onde há luto e cinzas, ele traz o fulgor da sua glória. Onde há pranto e dor, ele derrama o óleo da sua alegria. Onde há espírito angustiado, ele inspira canções de louvor. Só Jesus pode libertar o homem da tirania do pecado. Só Jesus pode arrancar o homem do império das trevas e da potestade de Satanás. Só Jesus tem poder para despedaçar todo jugo que nos oprime e declarar nossa alforria.

V – TRIUNFO DA PAZ SOBRE A GUERRA v. 5

          Onde o Jesus do Natal reina acabam as facções, as guerras, os conflitos, os preconceitos. Vivemos num mundo fragmentado e esmagado pelo ódio. Nações se levantam contra nações. Há conflitos raciais desumanos. Há contendas dentro da família. Há guerra dentro do coração do homem e da mulher. O ser humano é uma guerra civil ambulante. A maior necessidade das pessoas não é de mais dinheiro, mais conforto ou mais diversão. A nossa maior necessidade é de Jesus. Onde ele reina não há espaço para o ódio, para a mágoa nem para a vingança. Onde Jesus chega reina o amor, o perdão e a reconciliação, pois ele é o Príncipe da Paz!

VI – TRIUNFO DO REINO DE DEUS SOBRE OS REINOS DO MUNDO v. 7

          Onde Jesus está, aí está presente o Reino de Deus. Onde ele chega, aí chega o domínio de Deus. Onde está o Rei, aí está o Reino. Esse Reino não é geográfico, político ou ideológico. Ele não é conquistado pela força nem pelas armas. O Reino de Deus é o Reino de Justiça, paz e alegria do Espírito Santo. Este Reino é o governo de Jesus nos corações. É o senhorio de Jesus sobre a vida daqueles que confessam o seu nome. Este Reino está entre nós e dentro de nós. Porém, ele será plenificado na Segunda vinda de Jesus. Este Reino avança vitorioso. Ele é indestrutível, inabalável, eterno. Reis caem, nações deixam de existir, mas o Reino de Cristo permanece para sempre. Este Reino governará de mar a mar e a terra se encherá do conhecimento do Senhor como as águas cobrem o mar. Todo joelho vai se dobrar diante de Jesus e toda a língua vai confessar que Jesus é o Senhor para a glória de Deus Pai.
          Esta é a sublime mensagem do Natal! Este é o Natal que devemos celebrar!
          Tenham todos um Feliz Natal!



 
 

1.    A DEIDADE DE JESUS NAS ESCRITURAS


Berkhof, ao citar o Dr. Vos, diz que em sua obra entitulada Self-Disglosure of Jesus, ele divide em quatro classes as passagens aonde o nome Filho do Homem ocorre. Vejamos:

(a)  Passagens que claramente se referem ao regresso escatológico do Filho do Homem, por exemplo, Mt 16.27, 28; Mc 8.38; 13.26; etc., e paralelos. (b) Passagens que falam particularmente dos sofrimentos e da morte de Jesus, e (algumas vezes) também de sua ressurreição, como por exemplo, Mt 17.22; 20.18, 19, 28; 12.40; etc. e paralelos. (c) Passagens do quarto evangelho, em que se enfatiza o lado celestial sobre-humano e a preexistência de Jesus, por exemplo, 1.51; 3.13, 14; 6.27, 51, 62; 8.28, etc. (d) Um quarto número de passagens, em que Jesus revela sua natureza humana, Mc 2.27, 28; Jo 5.27; 6.27, 51, 62. [1]

No primeiro capítulo do evangelho de João, o autor relata sobre a encarnação do Verbo (Jo 1.14). A palavra usada pelo evangelista para referir-se à Jesus, é Logos, o Verbo de Deus. João chama a nossa atenção para o fato de que Ele é a Palavra encarnada, cujo poder criador chama à vida, à existência. Uma vida abundante em todos os aspectos. Embora no Novo Testamento, a palavra Theos é aplicada freqüentemente à Deus o Pai, aqui neste texto, João sem vacilar emprega o termo em relação à pessoa do Filho, lançando assim as principais bases da nossa cristologia. O propósito deste relato joanino é o de destacar atributos divinos na pessoa do Filho,
Em João, tudo se realiza e se completa por causa de Cristo. Toda criação só terá sentido se observada a partir da existência dEle como Deus. A razão da existência e criação do cosmos, só terá compreensão, quando enxergarmos Cristo como a razão final de tudo (Jo 1.3, 10; I Co 8.6; Cl 1.15-17; Hb 1.2).
A partir então dessa leitura, entendemos que Jesus manifesta-se como o autor da vida, porque tem vida em si mesmo. Vida que “é a luz dos homens” (Jo 1.4, 9; 3.19; 5.26; 8.12; 9.5; 12.46; 11.25; 14.6). A síntese a respeito da natureza divina de Cristo pode ser lida em Jo 1.14, 18. Ele é a expressão máxima da glória de Deus, e é ao mesmo tempo a manifestação em sua própria pessoa, daquele cuja face, homem algum jamais viu; “ninguém jamais viu a Deus; o Deus unigênito, que está no seio do Pai, é quem o revelou.” Um fato interessante ocorreu por ocasião de sua ressurreição. Nesta ocasião, Cristo após já haver se manifestado vivo aos seus discípulos, revela-se agora, após o decurso de uma semana, a Tomé; considerando que este discípulo não se encontrava presente quando Jesus reapareceu vivo na semana anterior. O Senhor revelou-se ao duvidoso Tomé como Deus, recebendo e aceitando deste, a adoração que é devida somente a Deus (Jo 20.28). – Culto de latria, e não o culto de Dulia. [2] [3] Supondo que Jesus não fosse divino e que não era qualificado e autorizado para revelar o Pai, teríamos então que admitir ser Ele um impostor que ostentava para si mesmo uma natureza que não lhe era própria, assumindo um caráter de “falsidade teológica”.
Hodge, ao falar da ressurreição de Cristo, diz que sua importância se deve:

Às circunstâncias de que todas as suas afirmações, bem como o êxito de sua obra, repousam sobre o fato de que Ele ressurgiu dos mortos (...). Se Ele ressurgiu, é o Filho de Deus, igual ao Pai, Deus manifestado na carne, o salvator hominum; (...) [4]

Diríamos que a ressurreição é o ponto da centralidade do evangelho e da fé cristã (I Co 15.14-15). Jesus, o Deus da vida não seria revelado aos homens apenas em sua encarnação, era necessário que ressurgisse de entre os mortos, revelando também o seu poder sobre a morte.

Por ocasião da crucificação de Cristo, era costume da época que o condenado carregasse em seus ombros a trave horizontal durante o trajeto, e em seu pescoço era pendurada uma placa com o seu nome, sua origem e o crime de que era culpado. A viga vertical já se encontrava fincada no solo no local designado. Devido a variedade de idiomas falado pela população que vivia em Jerusalém, essa placa que o condenado trazia pendurada em seu pescoço, era confeccionada em três línguas: em hebraico (para os judeus); em latim (para os romanos), e em grego (para o restante do mundo). Mas, o que nos chama a atenção, era o texto hebraico. E o texto hebraico colocado à cruz era: “YESHUA HANOZRI WUMELECH HAYEHUDIM” (Jesus, o nazareno e rei dos judeus). Artigo e conjunção são colocados antes dos substantivos em hebraico, razão do “e” (WAW) hebraico antes da palavra rei. Assim como surgiu a abreviatura INRI da frase latina: “IESUS NAZARENUS REX IUDAEORUM”. Os judeus também tinham o costume de fazerem acrônicos com os nomes de pessoas famosas, um exemplo disso que estamos falando, é o símbolo usado pelo cristianismo primitivo em forma de um peixe com a inscrição: ICoUS (ICHTHUS que se traduz pela palavra “peixe”), que deriva-se da expressão grega “\Ihsouj  Cristoj Qeoj Uƒoj Swthr” (Iesus Christus Theou Yicus Soter).

        ICHTUS, além de significar "peixe", trata-se de um acróstico, onde cada letra de I.CH.TH.U.S. corresponde a outra palavra grega, formando a frase que se encontra acima do desenho do peixinho. Transliterando seria algo como IESUS CHRISTOS THEOS UIOS SOTER. 
Iesus
CHristos
THeos
Uios
Soter
Que significa: “Jesus Cristo Filho de Deus Salvador.” Da mesma forma, o texto hebraico na cruz resultou no acrônimo YHWH, isto é, o nome mais sagrado de Deus estava dependurado na cruz, provando ser Jesus divino, tal como Ele sempre anunciava. “(...) eis o cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!” Por essa razão, os escribas solicitaram a Pilatos que modificasse o texto (veja Jo 19.21).
Berkhof, ao falar sobre a aplicação do nome Filho de Deus, diz...

O nome se usa algumas vezes para denotar a deidade essencial de Cristo. Neste sentido assinala o direito de Filho desde a preexistência, o que transcende absolutamente a vida humana de Cristo e seu chamamento oficial como Messias. Encontramos exemplos disso em Mt 11.27; 14.28-33; 16.16, e paralelos; 21.33-46, e paralelos; 22.41-46; 26.63, e paralelos. [5]
        
Como Filho de Deus, Jesus não só desfruta do direito legal de sua divindade, como também tem existência própria antes que todas as coisas fossem criadas. Seu direito legal como Filho, remonta desde sua pré-existência, não é algo vinculado a partir da sua condição humana. Tudo já lhe pertencia, pois para Ele todas as coisas foram criadas, e dEle são.



[1] L. BERKHOF, op. cit. pp. 371 – 372.
[2] Latria é a expressão de adoração cúltica que se presta unicamente à Deus; enquanto que Dulia é o culto que é prestado aos santos e aos anjos, essa tem sido uma das práticas cúlticas do Romanismo, além da principal forma de culto expressado por eles que é a Hiperdulia, que é o culto prestado especialmente à Virgem Maria.
[3] Ludgero BRAGA, Manual dos Catecúmenos: Esboço de Teologia Cristã, p. 155.
[4] Charles HODGE, Teologia Sistemática: p. 951.
[5] L. BERKHOF, op. cit. p. 373.



Extraído de: "A Manifestação do Deus-Homem"
(Uma reflexão teológica sobre as duas naturesas de Cristoe sua relevância para o contexto Latino-americano nos dias de hoje) - Página 110
Autor: Paulo de Tarso Machado de Souza
(Londrina - PR - 2002)




DESESPERO OU PRETENÇÃO?

“(...) MESTRE, QUE FAREI PARA HERDAR A VIDA ETERNA?”
(Lucas 10.25b)

          Um certo doutor da lei se dirigiu a Jesus e o argüiu com a seguinte pergunta: “...mestre, que farei para herdar a vida eterna?”; dada a importância da pergunta para os nossos dias, queremos discorrer um pouco sobre as possibilidades de interpretação que encontramos nesta expressão.
          A frase: “que farei”, reflete em primeiro lugar, a preocupação de alguém que acredita ser possível agir de algum modo que possa corroborar com a sua própria salvação eterna, e creditar algum mérito próprio à sua vida; como por exemplo: a prática da caridade, viver piamente, penitenciar-se, observar os preceitos morais e éticos, as leis e etc. enfim, a observação rigorosa de qualquer coisa que reconhecidamente o torne MERECEDOR DA SALVAÇÃO.
          Mas, em segundo lugar, observamos que o texto acima, indica também, o desespero de alguém diante de uma circunstância extremamente difícil. Neste caso, o desespero espiritual! É o pavor de um homem que desejava alcançar a vida eterna, porém, vive sob a insegurança do que será no amanhã, qual será o meu futuro e destino eterno? É como quando nos encontramos em uma situação extrema da vida, e pronunciamos a frase: “E agora, o que vou fazer?”.
          Embora a primeira situação represente a realidade vivida por muitas pessoas hoje em dia, não podemos negar a verdade da Palavra de Deus, que ensina que a nossa salvação é MEDIANTE A FÉ (Efésios 2.8-10). Não se conquista a salvação por meio de obras meritórias; diante de Deus estamos em demérito. Somos incapazes até mesmo de crer em Deus para a nossa salvação, e por esta razão, dependemos dEle até para o exercício da fé. A vida eterna não se conquista por nenhum esforço humano, ela é um presente gratuito de Deus para nós, porque não podemos pagar por ela; logo, só podemos recebê-la ou rejeitá-la.
          A segunda possibilidade de interpretação deste texto também retrata a realidade de muitas pessoas sem Cristo como Senhor de suas vidas. Estão desesperadas, e não vêem uma saída. E é justamente neste momento, que nos reportamos para as palavras de Paulo e Silas em Atos 16.31, “Crê no Senhor Jesus e serás salvo, tu e tua casa.” O único meio de se alcançar a vida eterna, é crendo no Senhor Jesus e aceitando de graça este presente que ele nos deu. Receba este presente hoje mesmo, e a certeza da vida eterna será uma realidade em sua vida.


Rev. Paulo de Tarso Machado de Souza








BOLETIM Nº 020/07 –04/03/2007 Ano I

“VIOLÊNCIA! – ISSO NÃO É PROBLEMA MEU” – (Lucas 10.30-37)


        Jericó era conhecida como “a cidade das palmeiras”, situada a 24 km ao nordeste de Jerusalém e a 8 km do Jordão. Os estudiosos da geografia bíblica, afirmam que Jericó era um oásis que se localizava à 300 metros abaixo do nível do mar. Essa estrada de acesso, hoje é pavimentada e conforme o autor Enéas Tognini, a estrada velha de Jerusalém a Jericó, hoje está abandonada e uma nova, asfaltada e bonita, acabou com os assaltantes de outrora.
        É exatamente neste contexto geográfico, que se desenvolve a narrativa da parábola do bom samaritano por Jesus; creio que o uso das cidades Jerusalém-Jericó, e de sua via de acesso para ilustrar seu ensino foi muito oportuno, considerando que tais regiões e locais eram bastante conhecidos dos seus contemporâneos.
        Neste cenário, a história de um moribundo, vítima da violência, se desenrola. Um transeunte assaltado é ferido quase mortalmente e abandonado pelo caminho.
        Nesta narrativa, Jesus revela comportamentos adotados por seus personagens, que muitas vezes identificam o nosso próprio comportamento em relação ao nosso próximo. Como por exemplo; passam por aquele mesmo caminho, um sacerdote e um levita, homens religiosos que indiferentes àquela situação passam de largo sem se importar com o homem desmaiado pelo meio do caminho. É como se dissessem: Isso não é problema meu! Personagens que, bem podem representar a mim e a você, muitas vezes, “devotos fervorosos” na expressão de nossa religiosidade externa e aparente; contudo, carregados de gélida apatia e indiferentes às circunstâncias que nos rodeia e às necessidades de nosso próximo.
        Diante das notícias mais recentes de violência vivida em nosso país, entre as quais poderíamos citar o caso que movimentou a polícia do Rio de Janeiro: o estrangulamento de um homem num motel, cuja principal suspeita é a amante dele. Uma jovem, de 18 anos, de uma família de classe média, acusada de assassinato - Verônica Verone Paiva amante do empresário Fábio Gabriel Rodrigues, de 33 anos. Nos últimos anos, a sociedade brasileira entrou no grupo das sociedades mais violentas do mundo. Hoje, o país tem altíssimos índices de violência urbana (violências praticadas nas ruas, como assaltos, seqüestros, extermínios, etc.); violência doméstica (praticadas no próprio lar); violência familiar e violência contra a mulher, que, em geral, é praticada pelo marido, namorado, ex-companheiro, etc. Lembramos-nos ainda do caso que envolveu o pequeno João Hélio de apenas 6 anos de idade covardemente arrastado de carro até a morte por 7 km, preso ao cinto de segurança, bem como o ocorrido à menor Priscila de apenas 13 anos de idade, vítima de uma bala perdida num tiroteio entre assaltantes e seguranças do banco.E, considerando estes importantes fatos dentro de nosso contexto e dessa caótica realidade social; qual será a nossa resposta à este problema que enfrentamos?
        Jesus ensina nesta parábola que amar é comprometer-se. Por esta razão, é que segundo Jesus, o próximo daquele homem ferido, foi justamente o samaritano. O samaritano ao contemplar aquela vítima, não hesitou em socorrê-lo, pelo contrário, comprometeu-se. Amar ao próximo é comprometer-se, é assumir riscos! Podemos também assistir a tudo passivamente, e achar que isso tudo nada tem a ver conosco. Mas, somos igreja do Senhor da Vida. Somos servos daquele que veio para dar sua vida em resgate de muitos (Mateus 20.28; João 10.10).
        Qual será a sua postura diante destes acontecimentos? Assistir a tudo pela TV passivamente, indiferente? Temos que declarar ao mundo que não transigimos com este estado de coisas. Precisamos alçar a nossa voz profética e clamar por segurança, contra violência. Bradar que o Senhor da Vida, que se manifestou para desfazer as obras das trevas e do diabo, há de trazer juízo e Justiça àqueles que matam que exploram; mas, também àqueles que se calam quando os mais fracos são engolidos, oprimidos e massacrados pelos hodiernos poderes sociais. Romanos 1.29-32, nos torna responsável quando nos calamos diante de tais atrocidades, porque quem cala consente.
        Precisamos gritar a plenos pulmões que JESUS CRISTO SE MANIFESTOU PARA DESFAZER AS OBRAS DAS TREVAS, e proclamar que o ser humano deve se arrepender de seus pecados e de suas ações de violência.
        Que Deus tenha misericórdia de nós e nos fortaleça concedendo-nos autoridade sobre as forças e os poderes de todo principado e potestade que opera nos filhos da desobediência, para clamarmos e proclamarmos contra toda iniqüidade, corrupção e violência.

Rev. Paulo de Tarso Machado de Souza

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Versículo do Mês
“3(...) Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 4 Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.” (Apocalipse 15.3b-4). “E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Apocalipse 21.5) "​Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. ​E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21.3-4). "Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha alma." (Salmo 108.1). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.” (I João 4.9) "(...) Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?". (I Coríntios 15.54b, 55)
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Livros Favoritos
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  • Confissões (Santo Agostinho)
  • Ouro de tolo? (John Macarthur)
  • O Livro dos Mártires (John Fox)
  • A Maldição do Cristo genérico (Eugene H. Peterson)
  • Bíblia
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