terça-feira, 6 de março de 2018
GUERRA NA SÍRIA! POR QUE?
19:05 | Postado por
Rev. Paulo de Tarso
ENTENDA POR QUE HÁ
UMA
GUERRA NA SÍRIA
Conflito começou em 2011 e envolve interesses de várias potências mundiais
por
Jarbas Aragão
Embora a guerra na Síria esteja ocorrendo desde 2011,
só passou a receber uma cobertura mais ampla da mídia agora, que a UNICEF fez
denúncias sobre o massacre de crianças, que já deixou cerca de mil delas mortas desde o início do ano.
Um dos motivos pelos quais ela era amplamente ignorada
ou subreportada tem a ver com a questão religiosa. A maioria das milícias que
lutam contra o governo sírio são islâmicas e recebem apoio de diferentes países
muçulmanos, que as sustentam e armam.
O presidente Bashar al-Assad sucedeu seu pai, Hafez,
em 2000. Considerado mais fraco politicamente e com o país com um alto nível de
desemprego, denúncias de corrupção em larga escala e falta de liberdade
política, começaram a surgir movimentos rebeldes, fortemente reprimidos por
governo em Damasco.
Primavera Árabe
Nessa mesma época começavam os movimentos pedindo mais
liberdade no Oriente Médio, a chamada Primavera Árabe – manifestações populares
que derrubaram governos na Líbia e no Egito.
A diferença é que na Síria, Assad ordenou que as
forças de segurança abrissem fogo contra os ativistas – matando vários deles.
As tensões se elevaram, mais gente saiu às ruas e a violência escalonou. Em julho
de 2011, centenas de milhares ocupavam as ruas em todo o país, exigindo a saída
do presidente, considerado um ditador.
Os grupos antigoverno começaram a pegar em armas,
primeiramente no interior do país. Assad tentou “esmagar” o que chamava de
“terrorismo apoiado por estrangeiros” e tentou restaurar o controle do Estado.
Porém as milícias rebeldes se fortaleceram, tomando o controle de cidades e
vilarejos.
Em meados de 2012, os combates já tomavam à capital, e
Aleppo, segunda maior cidade do país.
O aspecto religioso islâmico tinha um peso
determinante na guerra que opunha a maioria sunita do país e os xiitas
alauítas, ramo ao qual pertence o presidente.
Guerra Santa
Somente em junho de 2013, as Nações Unidas começaram a falar sobre o assunto, quando o saldo de mortos já chegava a 90 mil pessoas. A maioria das milícias são formadas por jihadistas – defensores da “guerra santa” islâmica.O grupo que mais se destacava era o autointitulado
Estado Islâmico da Síria e do Iraque (ISIS na sigla original) e a Frente Nusra,
afiliada à al-Qaeda.
Os soldados do ISIS, que decretou um califado em 2014
e controlava cerca de um terço do território sírio, passaram a reunir também jihadistas
estrangeiros, vindos da Europa, dos EUA e até da Austrália. Apesar de negar,
seu grande apoiador então era a Turquia, que comprava o petróleo vendido por
eles por preços abaixo do mercado.
O EI passou a publicar vídeo brutais de execuções e o
foco da mídia mundial passou a ser a região controlada pelo grupo, que incluía
parte do Iraque, país também fragmentado por guerras internas desde a retirada
da maioria das tropas americanas, que invadiram o país em 2003 e causaram a
queda do regime de Saddam Hussein.
Enquanto o Estado Islâmico massacrava sobretudo as
minorias (cristãos e yazidis), o governo da Síria continuava focado em manter o
controle dos arredores de Damasco. Na região controla pelo EI seu maior
opositor era o Exército curdo, um grupo étnico que vivia perto da fronteira com
o Iraque, onde mantinham um estado semiautônomo.
EUA-Arábia Saudita e Rússia-Irã
Os Estados Unidos, ainda no governo Obama, apoiavam os
curdos e a Frente Nusra (considerada por eles ‘moderada’) com armamentos e até
bombardeios aéreos.
A Rússia possui grande interesse comercial no petróleo
da Síria e também estratégico. Em 2015 já havia transformado o porto de
Tartus, no mar Mediterrâneo, em uma base naval. No mesmo ano começou uma
campanha aérea, com o fim de “estabilizar” o governo sírio.
A intervenção russa possibilitou vitórias
significativas das forças sírias e fortaleceu as investidas do Irã e do
Hezbollah, grupo terrorista libanês.
Formaram-se assim alianças com interesses distintos.
Os Estados Unidos exigiam que Assad deixasse o poder como condição para a paz.
Eles eram apoiados por forças da Arábia Saudita, aliados históricos do ramo
islâmico da família que governa a Síria.
Do outro lado, Rússia, Irã e Líbano (Hezbollah) davam
cobertura às tropas leias ao governo, dominado sobretudo a região ao sul de
Damasco, até as colinas de Golan, na fronteira com Israel.
Os interesses russos são econômicos, enquanto o Irã,
país de maioria xiita, e o Líbano possuem afinidade religiosa. Além disso, a
Síria serve como um corredor para o envio armamentos de Teerã para o Líbano.
Ninguém investiu nessa guerra mais que os iranianos,
calculado em bilhões de dólares, eles gastaram com armamento, tropas, crédito e
construção de estruturas militares.
O papel mais ‘obscuro’ nesse processo é o da Turquia.
Oficialmente aliado dos EUA, o governo de Erdogan entrou em conflito com as
tropas americanas, a quem critica por darem cobertura às forças curdas, que por
sua vez sustem os rebeldes do PKK (Partido dos Trabalhadores do Curdistão).
O apoio militar, financeiro e político das potencias
estrangeiras para o governo e para a oposição contribuem diretamente para que
os enfrentamentos não cessem. Na prática, a Síria se transformou no maior campo
do que é chamado “guerra por procuração”.
A chegada de Trump ao governo ainda não alterou
significativamente o conflito nem na Síria nem no Iêmen, onde também ocorre
essa “guerra por procuração”, opondo EUA-Arábia Saudita e Rússia-Irã.
O saldo desse complexo jogo de interesses resultou no
maior conflito armado de nossos dias.
Os números
Apesar de não serem totalmente confiáveis os números,
segundo o Centro Sírio para Pesquisa de Políticas, já morreram cerca de 500 mil
pessoas, com mais de 5 milhões de sírios deslocados de suas casas ou fugindo
para os países vizinhos (Líbano, Jordânia e Turquia) como refugiados. Cerca de
10% desses refugiados têm conseguido abrigo em alguns países da Europa e até no
Brasil.
A população da Síria, 23 milhões antes do conflito,
hoje está reduzida à metade. Dentre os cerca de 13,5 milhões de habitantes, 6
milhões são crianças.
Segundo a ONU são necessários US$ 3,2 bilhões para
prover ajuda humanitária a todos. Cerca de 70% da população não possui acesso a
água potável, uma em cada três pessoas não consegue ter alimentação básica
diária e um em cada cinco indivíduos vive em extrema pobreza. Com informações de BBC.
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Versículo do Mês
“3(...) Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações!
4 Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.” (Apocalipse 15.3b-4).
“E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.”
(Apocalipse 21.5)
"Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21.3-4). "Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha alma." (Salmo 108.1). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.” (I João 4.9)
"(...) Tragada foi a morte pela vitória.
Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?". (I Coríntios 15.54b, 55)
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