quarta-feira, 21 de março de 2018

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CELSO DE MELLO DIZ TER SUGERIDO REUNIÃO ENTRE MINISTROS, MAS AFIRMA QUE CÁRMEN LÚCIA AINDA NÃO FEZ CONVITES

           Propósito de reunião, disse, seria discutir julgamento de ações sobre prisão após condenação em 2ª instância. Segundo assessoria de Cármen Lúcia, Mello perguntou se ela aceitaria participar de reunião.



Por Renan Ramalho, G1, Brasília


O ministro Celso de Mello durante sessão do STF (Foto: Nelson Jr./STF)
  
               O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal, afirmou nesta terça-feira (20) que conversou com a presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, e sugeriu a ela uma reunião informal com todos os ministros para discutir o julgamento de ações que podem levar à revisão da decisão sobre prisão após condenação em segunda instância.
               A decisão à qual Celso de Mello se refere é a que o Supremo tomou em 2016, na qual determinou, por 6 votos a 5, que é permitida a prisão de condenados na segunda instância da Justiça, mesmo que ainda exista possibilidade de recursos a instâncias superiores.
               É o caso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, condenado em janeiro a 12 anos e 1 mês de prisão pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), de segunda instância. A defesa do ex-presidente ingressou no STF com um habeas corpus preventivo, com o objetivo de evitar a prisão. O argumento é o de que a prisão só é possível após o chamado trânsito em julgado, isto é, depois de esgotados os recursos em todas as instâncias da Justiça.
               A conversa com Cármen Lúcia, de acordo com Celso de Mello, ocorreu na última quarta-feira (14), na presença do ministro Luiz Fux. "Quem deveria fazer o convite para a reunião seria a presidente. Ela, pelo menos até agora, ainda não me convidou, não sei se convidou os demais ministros. O combinado era que ela, que aceitou a sugestão desse encontro informal, faria um convite ontem. Ontem e hoje não houve esse convite”, disse no início da tarde Celso de Mello, mais antigo dos ministros do STF.
               Questionada sobre a reunião, a assessoria da ministra Cármen Lúcia informou que Celso de Mello perguntou se ela aceitaria participar da reunião e ela respondeu que “teria todo o gosto em recebê-los”. Ainda segundo a assessoria, “em nenhum momento a ministra entendeu que deveria fazer os convites”.
               Nesta terça, edição extra do "Diário Oficial da Justiça" traz a convocação de uma reunião administrativa do Supremo – da qual participam os ministros –, marcada para esta quarta (21), depois da sessão do plenário do STF. O comunicado não informa qual é o tema da reunião.
               Em entrevista a jornalistas, Celso de Mello defendeu o julgamento das ações, liberadas para a pauta do plenário do STF em dezembro pelo relator, ministro Marco Aurélio Mello.
               O ministro disse que sugestão da reunião “representa uma expressão de um consenso” para “ponderar”, “conversar” com Cármen Lúcia, sobre a definição de uma data para julgamento das ações. Em 2016, os ministros analisaram um pedido “liminar”, numa decisão provisória. Agora, as ações podem voltar à pauta para discussão de mérito, numa decisão mais aprofundada e definitiva sobre a questão.
               Celso de Mello disse que é “inadequada” menção a uma suposta pressão para levar Cármen Lúcia a pautar as ações. Disse que ponderou a discussão interna entre os ministros a fim de evitar que a presidente do STF fosse cobrada em plenário sobre o julgamento das ações.
               O ministro, contudo, defendeu o julgamento do tema no plenário.
               "Fundamental é que um processo já iniciado seja concluído. Quer dizer, o Supremo precisa exercer a jurisdição. Um dos princípios básicos da função jurisdicional é sua indeclinabilidade. Qualquer um que se ache investido de função jurisdicional não pode recursar-se a prestá-la. Isso é um direito básico que assiste a qualquer pessoa. Nenhuma lesão a direito pode ser afastada do conhecimento do Poder Judiciário”, afirmou.
               O ministro ressaltou que as ações a serem julgadas não envolvem qualquer caso específico, como o do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tenta evitar a prisão após condenação em segunda instância.
               Ele também disse ser possível que algum ministro, durante uma sessão de plenário, formule uma “questão de ordem”, pedindo para Cármen Lúcia colocar as ações em julgamento. O pedido, segundo Celso de Mello, poderia ser objeto de votação entre os 11 ministros.
               “Eu acho que questão de ordem deve ser objeto de julgamento por parte de todo o tribunal,. Portanto, não será um julgamento monocrático, mas julgamento necessariamente colegiado. A questão de ordem pode ser suscitada 'ex officio' por qualquer ministro do tribunal”, disse, acrescentando que duvida que a ministra não permita a votação sobre um pedido para colocar o assunto em pauta.
               Celso de Mello é um dos cinco ministros que, em 2016, votou contra a execução da pena em segunda instância. Além dele, também votaram assim o os ministros Rosa Weber, Dias Toffoli, Ricardo Lewandowski e Marco Aurélio Mello.
               Na entrevista aos jornalistas, ele voltou a defender a tese, dizendo que ninguém pode ser considerado culpado – e portanto, ser punido com prisão – antes do trânsito em julgado do processo, isto é, o julgamento definitivo nas quatro instâncias judiciais.




CÁRMEN LÚCIA RESISTIRÁ?

               É necessário que o STF tome uma decisão definitiva sobre as prisões em segunda instância, mas agora qualquer movimento será visto como tentativa de salvar Lula da cadeia



Por Helio Gurovitz

Ministra Cármen Lúcia em evento em São Paulo (Foto: Marivaldo Oliveira/Código 19/Estadão Conteúdo)


A reunião solicitada para hoje pelo decano do Supremo Tribunal Federal (STF), Celso de Mello, com os demais ministros será decisiva para definir a situação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e dos demais condenados em segunda instância no país.
Diante da resistência da presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, em pôr em pauta as Ações Declaratórias de Constitucionalidade (ADCs) 43 e 44, que questionam a possibilidade de prisão depois da decisão tomada em segunda instância, Celso resolveu chamar os ministros para uma discussão informal sobre o assunto.
De um lado, a defesa de Lula e seus partidários pressionam o STF para tomar uma decisão que pode livrá-lo da cadeia por um tempo. De outro, a sociedade civil mobilizada levou ontem a hashtag #ResistaCarmenLucia ao terceiro lugar entre os tópicos mais comentados do Twitter no mundo. Juízes e procuradores da Operação Lava Jato também exigem o cumprimento das regras atuais para Lula.
O ministro Gilmar Mendes negou ontem um habeas corpus em nome de todos os presos para suspender o cumprimento de penas decididas na segunda instância, por considerá-lo genérico demais. “Seria temerária a concessão da ordem, uma vez que geraria uma potencial quebra de normalidade institucional”, escreveu.
É de Gilmar, contudo, o voto que poderia mudar a situação não apenas de Lula, mas de todos os condenados pela Operação Lava Jato e de milhares de presos no Brasil. Antes favorável ao entendimento de que um réu condenado por um órgão colegiado já poderia começar a cumprir a pena, Gilmar mudou de ideia. Agora, acredita que a prisão deveria ocorrer apenas depois de uma decisão do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Como não mudaram de ideia os ministros Marco Aurélio, Ricardo Lewandowski, Celso de Mello, Dias Toffoli e Rosa Weber aparentemente (apesar de Rosa ter chegado a sugerir isso), bastaria o voto de Gilmar para que a interpretação da Corte se tornasse outra. Depende apenas de que o plenário examine a questão em algum momento – e, diante da pressão popular, Cármen evitou isso até agora.
Tomada em outubro de 2016 em cima de um habeas corpus, a decisão que levou ao entendimento atual a respeito das prisões em segunda instância é frágil, tanto que passou a ser desafiada repetidas vezes, com base no descrito no artigo 5º da Constituição, inciso 52: “Ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória”.
A decisão do STF se restringe a afirmar que o cumprimento de penas depois da decisão em segunda instância não fere esse princípio, uma vez que “prender” é diferente de “ser considerado culpado”. Ela permite a prisão de modo implícito, mas não a obriga. Apesar disso, o Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4), onde tramitam os processos de Lula e dos demais réus da Lava Jato, emitiu súmula ordenando a prisão dos réus, uma vez esgotados os recursos na segunda instância.
Diante da incerteza jurídica, é necessário que o STF volte a se pronunciar a respeito, de modo a esclarecer as dúvidas que persistem desde a publicação da íntegra do acórdão, em fevereiro de 2017. Razões jurídicas para isso não faltam. Agora, porém, qualquer movimento passou a ser visto – não sem razão – como uma tentativa de favorecer Lula.
A questão, é claro, transcende o caso dele. Qualquer nova interpretação do STF será estendida para todos os demais. A principal consequência de uma mudança seria o fim, para todos os efeitos práticos, da Lava Jato, gerando um baque nas demais investidas contra a corrupção.
A prisão em segunda instância é o fator dissuasivo com que juízes e promotores sempre contaram para fechar de acordos de delação premiada. Para evitar ser presos, os acusados preferem contar a verdade e trazer novas informações à investigação. Se o STF decidir que as prisões só terão efeito depois de uma decisão do STJ, haverá menos motivos para delações – e mais para os advogados estenderem a batalha jurídica.
O primeiro beneficiado seria Lula. Para ele, porém, não há cenário ruim. Do ponto de vista político, seria até melhor que fosse detido, para depois ser solto por um habeas corpus ou decisão em instância superior. Teria, assim, outro elemento para compôr o discurso de que é uma vítima da Justiça e para mobilizar sua tropa em torno da campanha eleitoral petista, seja lá quem venha a ser o candidato.
Para o STF, ao contrário, não há saída boa. Se Cármen continua a resistir e a questão não vai a plenário, persiste a incerteza jurídica. Se aceita pautá-la ou cede à tentativa de algum outro ministro para que seja colocada “em mesa” sem a anuência da Presidência do Supremo, será inevitável a conclusão de que o tribunal se curvou a Lula para “estancar a sangria” da Lava Jato. O STF de Cármen Lúcia está em xeque.


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“3(...) Grandes e admiráveis são as tuas obras, Senhor Deus, Todo-Poderoso! Justos e verdadeiros são os teus caminhos, ó Rei das nações! 4 Quem não temerá e não glorificará o teu nome, ó Senhor? Pois só tu és santo; por isso, todas as nações virão e adorarão diante de ti, porque os teus atos de justiça se fizeram manifestos.” (Apocalipse 15.3b-4). “E aquele que está assentado no trono disse: Eis que faço novas todas as coisas. E acrescentou: Escreve, porque estas palavras são fiéis e verdadeiras.” (Apocalipse 21.5) "​Então, ouvi grande voz vinda do trono, dizendo: Eis o tabernáculo de Deus com os homens. Deus habitará com eles. Eles serão povos de Deus, e Deus mesmo estará com eles. ​E lhes enxugará dos olhos toda lágrima, e a morte já não existirá, já não haverá luto, nem pranto, nem dor, porque as primeiras coisas passaram." (Apocalipse 21.3-4). "Firme está o meu coração, ó Deus! Cantarei e entoarei louvores de toda a minha alma." (Salmo 108.1). “Nisto se manifestou o amor de Deus em nós: em haver Deus enviado o seu Filho unigênito ao mundo, para vivermos por meio dele.” (I João 4.9) "(...) Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está, ó morte, o teu aguilhão?". (I Coríntios 15.54b, 55)

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